22/06/2010

E. M. Bounds: Homens de oração são necessários - Parte 1

Homens de oração são necessários

Estamos constantemente nos desdobrando, quando não nos esticando até o ponto de ruptura, para delinear novos métodos e planos, novas organizações que façam a Igreja progredir, assegurando maior disseminação e eficiência para o evangelho. Esse curso de época mostra a tendência de perder de vista o homem, ou de submergir o homem dentro do plano ou organização. O plano de Deus é trazer à tona o máximo que houver dentro do homem, bem mais dele do que de qualquer outra coisa. Os homens são o método de Deus. A Igreja procura métodos mais aperfeiçoados; Deus procura homens mais aperfeiçoados.

“Surgiu um homem enviado por Deus chamado João” (João 1.6). A dispensação que apregoou e que preparou o caminho para Cristo foi amalgamada naquele homem João. “Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado” (Is 9.6). A salvação do mundo vem desse Filho deitado em manjedoura. Quando Paulo apela para o caráter pessoal dos homens que deitaram as raízes do evangelho no mundo, soluciona o mistério do sucesso deles. A glória e a eficácia do evangelho são uma aposta nos homens que as proclamam. Quando Deus declara que “os olhos do Senhor estão atentos sobre toda a terra para fortalecer aqueles que lhe dedicam totalmente o coração (2 Crônicas 16.9), está declarando que precisa e depende de homens que sirvam como canais pelos quais Ele exercerá seu poder no mundo. Essa verdade vital e premente é tal que esta era de maquinários parece estar apta a esquecer. Esse esquecimento é tão pernicioso para a obra de Deus quanto seria arrancar o sol de seu eixo. Trevas, confusão e morte seguiriam-se.
O que a Igreja precisa hoje não é de maquinário ou maquinário aperfeiçoado nem de novas organizações ou de mais e melhores métodos, mas de homens que o Espírito Santo possa usar – homens de oração, homens poderosos na oração. O Espírito Santo não flui por intermédio de métodos, e sim por meio de homens. Não desce sobre maquinários, mas sobre homens. Não unge planos, e sim homens – homens de oração.
O caráter do evangelho – e também sua prosperidade – está sobre os ombros do pregador.  Ele prefigura ou desfigura a mensagem de Deus para o homem. O pregador é o conduíte de ouro por meio do qual o óleo divino flui. O conduíte não precisa ser de ouro, mas tem de estar desimpedido e sem mancha, para que o óleo flua com abundância, livremente e sem desperdício.
O homem faz o pregador. Deus precisa fazer o homem. O mensageiro, se possível faz o sermão. Assim como o leite doador de vida, que provém do seio materno, não é senão a vida da mãe, também tudo o que o pregador diz é matizado, impregnado por quem o pregador é. O tesouro está em vasos terrenos, mas a composição do vaso pode impregnar w descolorir esse tesouro. O homem – o homem todo – é a razão por trás do sermão. A pregação não é algo que se faz durante uma hora. É o que naturalmente flui de uma vida. São necessários 20 anos para fazer um sermão, porque são necessários 20 anos para fazer um homem. O sermão verdadeiro é uma coisa da vida. O sermão desenvolve-se porque o homem se desenvolve. O sermão é vigoroso porque o homem é vigoroso. O sermão é santo porque o homem é santo. O sermão tem unção plena porque o homem está pleno da unção divina.

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