03/06/2010

John Stott — “The Long Silence” (O Longo Silêncio)

No fim dos tempos, bilhões de pessoas estavam espalhadas numa grande planície, diante do trono de Deus.

A maioria recuou diante da luz brilhante diante deles. Mas alguns grupos perto da frente debatiam acaloradamente – não se curvando, envergonhados, mas com beligerência.

“Deus pode nos julgar? Como ele pode conhecer o sofrimento?” perguntou, ríspida, uma jovem morena, petulante. Rasgou, num gesto rápido, sua manga, para revelar um numero que nela fora tatuado num campo de concentração nazista. “Sofrimento terror... surras... torturas... morte!”

Noutro grupo [um menino afro-americano] abaixou o seu colarinho. “O que vocês dizem disse?” exigiu saber, mostrando um feia queimadura feita por uma corda. “Linchado... por nenhum crime, mas por ser negro!”

Noutra aglomeração, uma ginasiana grávida, com olhos mal-humorados. “Por que eu tinha de sofre?” murmurou. “Não foi a minha culpa.”


Estendendo-se por uma grande distancia pela planície afora, havia centenas de tais grupos. Cada um deles tinha uma queixa contra Deus por causa do mal e do sofrimento que ele permitia no mundo. Como Deus era sortudo por morar lá no céu, onde tudo é doçura e luz, onde não ha choro nem medo, não existe fome nem ódio. O que Deus sabia a respeito de tudo quanto a espécie humana tinha sido obrigada a sofrer nesse mundo? Afinal, diziam, Deus tem uma vida bem protegida.

Sendo assim, cada um desses grupos enviou seu representante, escolhido por ser aquele que mais sofrera. Um judeu, um negro, uma vitima de Hiroshima, um artrítico horrivelmente deformado, uma criança de talidomina. No centro da planície, fizeram consultas entre si. Finalmente, estavam prontos para apresentar a sua causa. E isso com bastante astúcia.

Antes de Deus poder ser qualificado para ser o juiz deles, precisaria suportar o que eles mesmo tinham suportado. Sua decisão foi que Deus fosse sentenciado para viver na Terra – como homem!

“Que nasça judeu. Seja duvidada a legitimidade do seu nascimento. Seja lhe dado um trabalho tão difícil que até mesmo a sua própria família vá pensar que, quando tentar levá-lo adiante, ficou enlouquecido. Seja ele traído pelos seus amigos mais íntimos. Seja colocado diante de acusações falsas e processado diante de um júri já montado contra ele, e condenado por um juiz covarde. Que seja torturado.”

“No fim de tudo isso, que ele experimente o que significa estar terrivelmente sozinho. Que morra de uma maneira que não deixe duvidas quanto à sua morte. Que haja uma grande multidão de testemunhas para confirma o fato.”

À medida que cada líder proclamava a sua parte da sentença, aclamações audíveis de aprovação subiam da multidão de pessoas ali reunidas.

E depois de o ultimo deles ter acabado de declarar a sua sentença, houve um silencio prolongado. Ninguém falou mais palavra alguma. Ninguém se mexeu. Isso porque, todos tomaram consciência de que Deus já cumprira a sua pena.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
João 3.16
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2 comentários:

Bruno a. Vieira disse...

Parabéns pell texto. Claro e objetivo...

Deus abençoe cada vez mais!

Lucas Fernandes disse...

Vou colocar mais textos edificantes!

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